A diferença entre lixo, resíduo e rejeito e como é feito o seu gerenciamento


Saber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo proporciona uma gestão eficiente e de qualidade. O lixo é tudo aquilo que não se quer mais e joga fora. Já o resíduo é aquilo que não serve para você, mas para outros pode se tornar matéria-prima de um novo produto ou processo. O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde foram esgotados todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem. Neste artigo vamos entender melhor qual é esta diferença. Confira!

Lixo, resíduo e rejeito são palavras normalmente usadas como sinônimos. Porém existem diferenças entre elas. Saber diferenciar três simples palavras pode mudar a visão que do seu empreendimento sobre o que sobra dos processos e atividades organizacionais.

Você pode estar jogando dinheiro fora se não souber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo. No mercado, há fornecedores e compradores dos mais diversos tipos de materiais, e aquele seu coproduto, pode ser muito valioso para outra organização.

Veja abaixo o que abordaremos neste artigo: diferença entre lixo, resíduo e rejeito para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos.


Qual a diferença entre lixo, resíduo e rejeito?

Saber a diferença entre os termos proporciona uma gestão eficiente e de qualidade,

Vamos, então, às explicações sobre as diferença entre lixo, resíduo e rejeito.


O que é lixo?

A palavra lixo vem do latim lix que significa “cinza”. De acordo com o dicionário, lixo significa tudo àquilo que não se quer mais e se joga fora, sendo consideradas coisas inúteis, velhas e sem valor.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o lixo como os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.

O termo lixo no âmbito técnico não é utilizado e com todo conhecimento e tecnologia disponíveis hoje, grande parte do que é gerada em processos produtivos e afins pode ser de alguma forma reaproveitada ou reciclada, sendo considerado como resíduo e, quando isso não é possível, considera-se como rejeito.


O que é resíduo?


A definição de lixo tem haver com tudo aquilo que não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta. Por outro lado, o que não serve para você pode se tornar para o outro, matéria-prima de um novo produto ou processo, ou seja, resíduo sólido.

Resíduo então é tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado e, para isto, este material precisa ser separado por tipo, o que permite a sua destinação para outros fins. Podem ser encontrados nas formas sólida (resíduos sólidos), líquida (efluentes) e gasosa (gases e vapores).

Segundo a ABNT, NBR 10.004:2004, resíduos sólidos são aqueles que “resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”

Os resíduos são complexos e diversos e, para efeitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), são classificados quanto:

**I - quanto à origem: **
  • resíduos domiciliares: originados de atividades domésticas em residências urbanas;
  • resíduos de limpeza urbana: originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
  • resíduos sólidos urbanos: resíduos domiciliares e de limpeza urbana;
  • resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades. Não incluem nessa categoria os resíduos de limpeza urbana, os de serviço de saneamento básico, os de saúde, construção civil e de transporte;
  • resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, exceto os sólidos urbanos;
  • resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
  • resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
  • resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
  • resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
  • resíduos de serviços de transportes: originados em portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
  • resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

**II - quanto à periculosidade: **
  • resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
  • resíduos não perigosos.

O que é rejeito?

O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele e, portanto, as únicas destinações plausíveis são encaminhá-lo para um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração, que devem ser feitas de modo que não prejudique o meio ambiente.


Para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo?

Com a tecnologia atual disponível, é possível tratar os mais diversos tipos de resíduos das mais diversas formas. As formas de destinação adequadas que ocorrem no país são:

  • Compostagem
É um tipo de destinação, que ocorre por meio de um processo controlado de decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros.

Muito utilizado quando os resíduos são compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.

  • Co-processamento em fornos de cimento
É um tipo de destinação por meio da queima de resíduos em fornos de cimento com temperaturas acima de 1.200 °C, para reaproveitamento de energia, em que o material é utilizado como substituto ao combustível. Ou ainda para reaproveitamento como substituto da matéria-prima, em que os resíduos a serem eliminados apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer.

Esta alta temperatura permite a destruição de quase toda a carga orgânica.

Este método não é permitido para queima de organoclorados, resíduos urbanos, radioativos e hospitalares.

  • Reciclagem
Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é pela reciclagem, que é o processo de transformação dos resíduos sólidos, que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos.

  • Incineração
É conhecida como uma forma de destinação adequada, sendo basicamente uma decomposição térmica dos resíduos, com o objetivo de reduzir o volume e a sua toxicidade.

Por meio da incineração, é possível obter a redução de resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original e ainda é possível recuperar a energia contida nos resíduos.

Por outro lado, o investimento é elevado, já que possui um alto custo de operação e manutenção, além de mão de obra especializada.

Para conhecer mais sobre tipos de tratamento de resíduos, leia o estudo sobre o setor no site da ABETRE.

Agora veja algumas formas de disposição final:

  • Aterro comum ou lixão
É uma forma de disposição final inadequada dos resíduos sólidos, visto que se caracteriza pela disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

Apesar de ainda existirem muitos lixões em todo país, esta forma de dispor não é recomendada.

  • Aterro controlado
É o aterro comum, porém com pequenas adaptações. O solo não é protegido contra a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, faz-se apenas um recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente. Esta forma de disposição final também é considerada inadequada.

  • Aterro Sanitário
É a principal forma de disposição final adequada existente hoje, visto que é uma técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança.

É uma solução economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente, porém possui vida útil de curta duração, exige grandes extensões de terra e controle e manutenção constantes.

Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes, respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido as características dessa classe de resíduos.


Qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos?

Mais de 80% do material que vai para aterros poderia ter outra destinação, como por exemplo, a reciclagem e a compostagem. Isso quer dizer que a maior parte daquele material que convencionamos chamar de “lixo”, na verdade poderia ter outros usos, transformando um passivo ambiental em geração de receita, reciclando e reaproveitando itens.

Mesmo com a Política Nacional de Resíduos sólidos em vigência desde 2010, com prazo para aplicação vencido em 2014, a situação do destino dos resíduos no Brasil pouco mudou. Cerca de 40% de todo resíduo gerado no país ainda é depositado em locais considerados inadequados, como lixões e aterros controlados. Ainda no ano de 2014, 1.559 municípios brasileiros tinham lixões.


E como reverter essa situação?

Um caminho para a solução dos problemas relacionados com os resíduos é apontado pelo Princípio dos 5 R’s. São nada mais do que a adoção de atitudes práticas no dia a dia para termos um mundo mais sustentável. Vejamos o que significa cada R:

1º Repensar

A responsabilidade ambiental nos faz refletir sobre os nossos hábitos de consumo. Isso não é muito diferente dentro de uma empresa que busca alcançar a sustentabilidade ambiental.

A ação repensar busca a reflexão sobre os processos socioambientais de produção, desde a aquisição da matéria prima, passando pelos processos e condições de trabalho (ou seja, modo de produzir), pela distribuição dos produtos, até o descarte dos resíduos. É necessário, também, repensar como o seu cliente descartará o produto no fim de seu ciclo de vida.

2º Recusar

Recusar na política dos 5R’s consiste na etapa de não aceitar produtos ou tratamento de resíduos que tenham um significativo impacto ambiental. A empresa deve dá preferência por adquirir produtos e serviços que não agridam o meio ambiente.

O ato de recusar incentiva os fornecedores a buscar tecnologia que melhore seus processos, tornando-os menos agressivos ao meio ambiente.

3º Reduzir

Quando reduzimos o consumo, consequentemente, reduzimos a geração de resíduos. O ponto chave ao reduzir os resíduos é identificar nas etapas do processo de fabricação os pontos de desperdício ou melhorias que aumente a eficiência.

Outro meio de reduzir é comprar somente aquilo que é necessário, verificando seu estoque e necessidade.

4º Reutilizar

A ação de reutilizar na política dos 5Rs permite a empresa diminuir seus custos de aquisição e de destinação, uma vez que não será necessário adquirir a matéria prima para fabricação ou pagar pelo tratamento e disposição em aterros sanitários.

Contribui para o desenvolvimento tecnológico, uma vez que será desenvolvido meios de reaproveitar essas sobras sem diminuir a qualidade dos produtos.

5º Reciclar

Na política dos 5 R’s o ato de reciclar deve ser o último procedimento adotado pelas empresas. O importante é diminuir o máximo de resíduos gerados.


Onde minha empresa se encaixa nesse cenário?

Com o agravamento da atual crise econômica, problemas relacionados à má gestão de resíduos acarretam em aumento da poluição, riscos de saúde pública e aumento nos gastos públicos de saneamento básico.

Mesmo diante deste cenário, o mercado é exigente frente às obrigações legais que precisam ser cumpridas e o empresário, que quer ter um diferencial competitivo para conseguir fornecer para grandes organizações, precisa reduzir custos, criar novas oportunidades e evitar problemas como multas e perda de clientes, além de está em dia com a legislação ambiental vigente e buscar métodos eficazes para uma correta e adequada gestão de resíduos.

As ações de preservação ou de redução dos resíduos e rejeitos, bem como os demais impactos ao meio ambiente devem ser realizadas com uma política sustentável de modo que não prejudiquem o crescimento econômico da empresa e possam impulsionar sua competitividade frente ao mercado atual.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) vinculado à certificação ambiental favorece não apenas um ambiente mais sustentável, mas também as empresas certificadas, os fornecedores, os clientes e os órgãos ambientais, ou seja, todas as partes interessadas se beneficiam de um sistema como esse.

E para colocar um sistema de gestão ambiental nas empresas, utiliza-se a norma internacional ISO 14001, que foi projetada para ajudar na adequação de responsabilidades ambientais aos seus processos internos e dar continuidade ao crescimento das empresas, mantendo-as bem-sucedidas comercialmente.


O que é ISO 14001?

Esta norma é baseada no ciclo PDCA do inglês “plan-do-check-act” - planejar, fazer, checar e agir - e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida, apresentando uma série de benefícios para a organização.

A estrutura de um sistema como este permite realizar uma correta e adequada gestão dos resíduos gerados nos processos, atendendo às expectativas de responsabilidades corporativas cada vez mais elevadas dos clientes, assim como aos requisitos legais ou regulamentares.

No Brasil, esta norma é conhecida como NBR ISO 14001 e, recentemente, teve sua versão atualizada, e a ABNT disponibilizou um arquivo sobre a nova versão, intitulado como Introdução à ISO 14001 2015 pdf.

A norma evoluiu ao longo dos anos para atender as necessidades do mercado, veja a evolução até a última lançada NBR ISO 14001:2015:

1996 – Primeira versão da norma, com o objetivo de definir critérios para implantação do Sistema de Gestão Ambiental e gerenciamento dos impactos ambientais das atividades das organizações;

2004 – Revisão e atualização de conceitos e definições. O grande destaque dessa versão é o conceito de desempenho ambiental.

2015 – A nova versão da ISO 14001 2015, publicada em setembro de 2015, tem como destaques: o alinhamento da Gestão Ambiental à estratégia da empresa, a gestão de riscos e a busca pela maior compatibilidade com as demais normas ISO.

Empresas certificadas ISO 14001 atendem as suas necessidades socioeconômicas em equilíbrio com a proteção do meio ambiente, veja quais são os objetivos dessa norma:

proteger o meio ambiente com a prevenção ou mitigação dos impactos ambientais adversos; mitigar os potenciais efeitos adversos das condições ambientais na organização; auxiliar a organização no atendimento aos requisitos legais e outros requisitos; aumentar o desempenho ambiental; controlar ou influenciar o modo que os produtos e serviços da organização são projetados, fabricados, distribuídos, consumidos e descartados, utilizando uma perspectiva de ciclo de vida que possa prevenir o deslocamento involuntário dos impactos ambientais dentro do ciclo de vida; alcançar benefícios financeiros e operacionais que resultem na implementação de alternativas ambientais que reforçam a posição da organização no mercado; comunicar as informações ambientais para as partes interessadas pertinentes, conhecidos como steakholders.



O que é tratamento de resíduos sólidos? Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto? Quais são as formas de tratamento? Como se tornar um especialista na área e se destacar no mercado?

Resíduos sólidos, um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. A falta de conscientização e a escassez de profissionais especializados intensifica a problemática. A consequência do inadequado tratamento dos resíduos traz a deterioração da qualidade das águas e dos solos. Por outro lado, para os profissionais que têm a visão holística do segmento, o mercado é promissor e está cada vez mais aquecido, o que soa como música para os especialistas em tratamento de resíduos sólidos.

A busca por soluções na área dos resíduos é crescente. Se gerenciado de forma adequada, os resíduos adquirem valor comercial, desta forma podem ser introduzidos no mercado como matéria-prima para geração de novos produtos. Além disso, trará resultados satisfatórios no âmbito social, ambiental e econômico.

“Você tem o que é preciso para mudar essa realidade, mesmo que esteja começando”

Você se imagina atuando no mercado de resíduos sólidos? Se esse assunto lhe chama a atenção, conheça um pouco mais sobre o mercado de resíduos sólidos.


O que é Tratamento de Resíduos Sólidos?

Consiste em um conjunto de métodos, operações e uso de tecnologias apropriadas, aplicáveis aos resíduos, desde sua produção até o destino final, com o objetivo de mitigar o impacto negativo sobre a saúde humana e o meio ambiente e transformá-los em um fator de geração de renda como a produção de matéria prima secundária. Dessa forma podemos denominar de tratamento de resíduos as várias tecnologias existentes.


Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto?

De acordo com o Art. 9° da Lei 12.305/2010, o Tratamento de Resíduos Sólidos tem a quinta prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos a ser aplicada no Brasil. Veja:

“Lei 12.305/2010 Art. 9 Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

1° Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

2° A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei. “

Quais são as formas de tratamento?

Para aprofundar um pouco mais sobre o assunto podemos separar as formas de tratamento de resíduos em 3 grupos: Tratamento Mecânico, Tratamento Bioquímico, Tratamento Térmico. Aprofunde um pouco mais sua visão, veja:

Tratamento Mecânico

No tratamento mecânico são realizados processos físicos geralmente no intuito de separar (usinas de triagem) ou alterar (reciclagem) o tamanho físico dos resíduos. Neste processo não ocorrem reações químicas entre os componentes como nos muitos casos do tratamento térmico.

Os maiores exemplos de tratamento mecânico de resíduos são encontrados no setor de reciclagem. Muitas vezes, o processo de reciclagem de produtos são divididas em várias etapas que agem de maneira interdependente. Em alguns casos como na reciclagem de resíduos eletrônicos, os processos mecânicos costumam ser complexos.

De uma forma geral, podemos classificar as formas de tratamento mecânico de resíduos de acordo com sua finalidade. Vejamos alguns exemplos abaixo:

Diminuição do tamanho das partículas: 
  • Quebra, trituração, moinhos;
  • Aumento do tamanho das partículas: aglomeração, briquetagem, peletagem;
  • Separação da fração física: Classificação;
  • Separação pelo tipo de substância;
  • Mistura de substâncias: extrusão, compactação;
  • Separação de fases físicas: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação, floculação;
  • Mudança de estados físicos: condensação, evaporação, sublimação.

Tratamento Bioquímico

O tratamento bioquímico ocorre através da ação de grupos de seres vivos, (em sua maioria micro-organismos como bactérias e fungos mas também organismos maiores como lesmas e minhocas), que ao se alimentarem dos resíduos, quebram suas moléculas grandes transformando-as em uma mistura de substâncias e moléculas menores. Dependendo de alguns fatores como por exemplo a temperatura, pressão e acidez dessa mistura de substâncias (moléculas), as substâncias resultantes desse processo podem reagir entre si quimicamente, caracterizando assim o processo bioquímico.

Em alguns casos só ocorre o processo biológico, em outros somente o químico. Isso vai depender da tecnologia e metodologia utilizada.

Os processos de tratamento bioquímico mais conhecidos são:

Biodigestão: 

Decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos chamados Biodigestores ou Centrais de Biogás.
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos urbanos
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos rurais
  • Biodigestor para resíduos com alto teor de celulose

Compostagem: 

Decomposição da matéria orgânica na presença de oxigênio em Usinas de Compostagem.
  • Usina de compostagem de Salerno na Itália
  • Usina de Compostagem de Bremen na Alemanha

Tratamento Térmico

No tratamento térmico, os resíduos recebem uma grande quantidade de energia em forma de calor a uma temperatura mínima que varia de acordo com a tecnologia aplicada (Temperatura de reação) durante uma certa quantidade de tempo (Tempo de reação) tendo como resultado uma mudança nas suas características como por exemplo a redução de volume, devido a diversos processos físico-químicos que acontecem durante o processo.

Podemos diferenciar 5 principais processos de tratamento térmicos separados em função da temperatura de operação e o meio onde ocorre o processo. São eles:

Secagem: Retirada de umidade dos resíduos com uso de correntes de ar. Ocorre na presença do ar atmosférico e temperatura ambiente.

Pirólise: Decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e na ausência total ou quase total de oxigênio. As temperaturas do processo podem variar de 200 a 900°C.

Gaseificação: Transformação de matéria orgânica em uma mistura combustível de gases (gás de síntese). Na maioria dos processos não ocorre uma oxidação total da matéria orgânica em temperaturas variando entre 800 e 1600°C.

Incineração: Oxidação total da matéria orgânica com auxílio de outros combustíveis a temperaturas variando entre 850 e 1300°C

Plasma: Desintegração da matéria para a formação de gases.


Conheça algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

Comumente no Brasil, as tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizados são: o tratamento mecânico, bioquímico e térmico. O objetivo maior das tecnologias de tratamento de resíduos é diminuir o impacto negativo no meio ambiente e para a saúde humana, além de, em alguns casos, gerar retorno financeiro para as organizações. Neste artigo você conhecerá algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos.

Para cumprir com as leis vigentes e aplicáveis aos resíduos sólidos (Lei nº 12.305/10), deve-se analisar e pesquisar o melhor método para tratar seus resíduos.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, as tecnologias podem consistir em: disposição final ou tratamento intermediário, para diminuir a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem.


O que diz a Lei 12.305/2010 sobre tratamento de resíduos?

De acordo com a Lei dos resíduos sólidos, as prioridades da gestão e gerenciamento dos resíduos tem a seguinte ordem de prioridade:
  • não geração;
  • redução;
  • reutilização;
  • tratamento;
  • disposição final.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, o tratamento utiliza tecnologias apropriadas para neutralizar a periculosidade do resíduo, possibilitando muitas vezes a reutilização e reciclagem.

A Lei 12305/2010 define que para o tratamento de resíduos sólidos:

“§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

Portanto, tendo em vista o cumprimento da Lei, o tratamento dos resíduos é uma atividade essencial para que uma empresa esteja de acordo com a legislação, além de estar construindo uma boa imagem perante os clientes e público em geral.

Caso a empresa não cumpra com a legislação, sofrerá com implicações que geram prejuízos financeiros e desgaste na imagem de seus serviços e produtos e consumidores.


Tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

As tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizadas pode ser separado em 3 grupos: tratamento mecânico; tratamento bioquímico; e tratamento térmico.

Geralmente todos os bens de consumo são resíduos sólidos em potencial. Tudo que é produzido pela atividade humana e consumido em residências, comércios e indústrias, após não ter mais utilidade, pode ser separado, selecionado e processado, resultando em resíduo sólido.

E esses resíduos devem ter seu tratamento ambiental correto, vejamos os tipos de tratamento: reciclagem: consiste na reintrodução dos resíduos no processo de produtos. Gera economia de energia nos processos de produção, e diminui a utilização de matéria-prima.

A reciclagem é o processo de reaproveitamento do resíduo que não serve mais para o processo, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico, de modo a atribuir características para que se torne novamente matéria-prima ou produto;

biodigestores: consiste na decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos Biodigestores. Esse processo tem várias tecnologias;

compostagem: realizado através de processo biológico de decomposição da matéria orgânica, o resultado final é um composto orgânico, podendo ser utilizado no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente.

Muito utilizado na zona rural. Mas no meio urbano, deve ser realizado uma triagem e livrar o componente orgânico de componentes tóxicos ou perigosos;

aterro sanitário: forma de disposição final dos resíduos sólidos no solo, em local estratégico e com técnicas de engenharia, seguindo normas operacionais para evitar danos à saúde público e impactos ambientais;

incineração: processo que consiste redução de peso e volume do lixo pela combustão controlada. Esse método ainda é mais utilizado para o tratamento dos resíduos hospitalares e industriais, no caso do Brasil;

Há tecnologias para tratamento de resíduos sólidos capazes de realizar a gestão de resíduos com ecoeficiência as etapas desde: coleta, seleção, tratamento, reintrodução nas cadeias produtivas e destinação final dos rejeitos. Vejamos: combustíveis derivados de resíduos: o tratamento térmico dos resíduos gera energia térmica em duas fases: logo no início da separação dos materiais recicláveis, matéria orgânica e resíduos não recicláveis, serão encaminhados para a incineração.

Esses materiais são triturados e depois incinerados a temperatura de aproximadamente 1000°C.

Os gases emitidos são neutralizados pelo processo de filtragem, sendo lavados com água alcalina. Esses gases limpos são lançados na atmosfera e os resíduos inertes são levados para um decantador e podem ser aproveitados na produção de material de construção civil. tecnologias de separação e classificação de resíduos: utilizam tecnologias de sensores óticos para diferenciar os tipos de materiais e acelerar a separação dos materiais recicláveis. Esta tecnologia pode ser utilizada para resíduos domésticos, industriais, comerciais, limpeza urbana e construção civil.

Esta tecnologia pode ser utilizada na aplicação da eliminação dos resíduos clorados e metais e na homogeneização do valor calorífico do combustível; plasma térmico: é uma tecnologia que pode ser utilizada para o processamento de resíduos perigosos como: lama, cinzas de incineração, lixo hospitalar, sucatas metálicas, resíduos de produção de alumínio e outros metais.

Uma chama é lançada diretamente sobre os resíduos, produzindo a dissociação das ligações moleculares dos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, orgânicos ou inorgânicos, perigosos ou não, alterando a composição química original para compostos mais simples.

No processo das duas câmaras, os resíduos são inseridos em uma primeira câmara onde a parte orgânica é gaseificada e parte inorgânica é fundida.

Os gases e líquidos são lançados em uma segunda câmara através do reator de plasma. Os gases são lavados e os metais voláteis e gases ácidos são incinerados; produção de adubos orgânicos: os adubos são muito eficientes na recomposição dos solos e pastagens e na melhoria da fertilidade da agricultura. Esta é uma tecnologia muito versátil que pode ser aplicada para a produção independente.

A importância da classificação dos resíduos para a escolha da tecnologia para tratamento


Para descobrir qual o melhor tratamento para o seu resíduo, deve-se primeiramente classificá-lo de acordo com a NBR 10004, para identificar se são: perigosos, resíduos inertes ou não inertes, sendo as classificações: Classe I, II A e II B, respectivamente.

E, para classificar os resíduos deve-se fazer uma amostra representativa (NBR 10.007) e realizar os procedimentos para classificação (NBRs: 10.005 e 10.006). A norma NBR 10.004, divide os resíduos nas classes abaixo:
  • Classe I – resíduos perigosos
  • Classe II A – resíduos não inertes
  • Classe II B – resíduos inertes

Os resíduos perigosos deverão ter tratamento especial, devido às suas características. E os resíduos não inertes, mesmo tendo esse nome sugestivo, não devem ser descartados de qualquer forma, pois podem causar impactos ambientais negativos.

É importante destacar que as empresas devem classificar os resíduos corretamente, para não sofrerem punições legais junto aos órgãos ambientais por destiná-los de forma incorreta. E, também uma forma de cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

As instituições que classificam corretamente seus resíduos possuem mais rentabilidade nos seus negócios, pois assim conseguem identificar os resíduos que podem ser vendidos e os que não podem ser vendidos, além de realizarem o tratamento correto.

Para a venda dos resíduos, o empreendedor pode utilizar a plataforma Mercado de Resíduos, que é um software criado para estabelecer o encontro entre as empresas geradoras de resíduos e os compradores de resíduos.

Busca de incentivos federais para o RS será debatida no Fórum de Energias Renováveis

Evento, realizado pelo Correio do Povo junto ao Sindienergia-RS, acontecerá em 17 de agosto, em Porto Alegre
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Kyane Sutelo

Deputado estadual Frederico Antunes (PP) preside a Frente Parlamentar Pró-Energias Renováveis. | Foto: Felipe Dalla Valle / Divulgação / CP


A mudança nas matrizes energéticas será pauta de debate em solo gaúcho no próximo mês. O 3º Fórum de Energias Renováveis, realizado pelo Correio do Povo em conjunto com o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), acontecerá em 17 de agosto, no Centro de Eventos do CIEEE RS, em Porto Alegre.

A programação contará com painéis sobre a capacitação para a transição energética, energias hídricas, bioenergias, energia solar e as energias eólicas e o hidrogênio verde. Entre os convidados para abordar as energias renováveis está o deputado Frederico Antunes (PP), presidente da Frente Parlamentar Pró‑Energias Renováveis na Assembleia Legislativa.

O parlamentar destaca que, no Legislativo, foram ouvidos diversos interessados no tema e confeccionado um documento com os principais pontos que devem balizar a ação conjunta das partes. Entre elas, está o equilíbrio de financiamentos federais entre as regiões do país, foco de esforços da Frente Parlamentar, segundo o deputado. “As regiões Norte e Nordeste têm, através daquele fundo de incentivo, custos diferenciados para financiamentos de investidores. E a gente quer ver se consegue trazer também para o Rio Grande do Sul”, projeta ele.

Outros pontos também considerados relevantes no estímulo às energias renováveis, conforme Antunes, são a defesa do sinal locacional, que equaciona a transmissão de energia e as tarifas aplicadas, e a ampliação da possibilidade de exportação a países vizinhos, devido à localização do Estado, que o parlamentar considera privilegiada. “O Estado tem capacidade de transmitir e transportar energia. Ele só aguarda a irrigação, vamos dizer, do sistema de transmissão de transporte de energia das novas fontes”, avalia.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar, o Litoral, a Campanha e a Fronteira Oeste, são as regiões que têm demonstrado maior potencial em energias renováveis. Ele destaca a importância de investimentos privados para ampliar e reativar a infraestrutura existente e de adequar custos logísticos para atrair a cadeia produtiva e montadoras de equipamentos.

Inscrições e cobertura

Ainda estão confirmados painelistas do Executivo gaúcho e do setor empresarial. Haverá transmissão pelo canal do Correio do Povo no Youtube e ainda contarão com cobertura da Rádio Guaíba e da Record TV. O credenciamento começará às 8h30 e os debates a partir das 9h.

A importância e os benefícios dos programas de cidades inteligentes no futuro dos municípios brasileiros

Nos últimos anos, temos testemunhado uma transformação significativa nas cidades brasileiras. Os municípios que adotaram programas de cidades inteligentes estão moldando o futuro urbano de forma surpreendente. Essas iniciativas estão revolucionando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos com o ambiente urbano, trazendo consigo uma série de oportunidades e benefícios.

Uma das grandes vantagens desses programas é a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Com serviços essenciais mais acessíveis, como saúde, educação e segurança, os municípios inteligentes se preocupam em proporcionar uma infraestrutura conectada que agilize o deslocamento e reduza o congestionamento. Além disso, o monitoramento inteligente da qualidade do ar, água e ruído garante um ambiente saudável para todos.

Outro aspecto fundamental é a sustentabilidade ambiental. Os municípios inteligentes estão comprometidos com o uso eficiente dos recursos naturais, como energia e água. Por meio da implementação de energias renováveis, eles buscam reduzir a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o gerenciamento inteligente de resíduos e a promoção da reciclagem são ações que visam minimizar o impacto ambiental e criar uma cidade mais sustentável.

A eficiência dos serviços urbanos é outro benefício notável dos programas de cidades inteligentes. Com o monitoramento em tempo real do tráfego, é possível otimizar o fluxo e reduzir o tempo de deslocamento. A iluminação pública inteligente se adapta às necessidades, economizando energia e proporcionando uma cidade mais segura e agradável para todos. Além disso, os sistemas de transporte público integrados e conectados facilitam a mobilidade e incentivam o uso de alternativas sustentáveis.

Um aspecto importante é a participação cidadã e o engajamento dos moradores. Os programas de cidades inteligentes proporcionam plataformas digitais que permitem aos cidadãos se envolverem ativamente nas decisões municipais. A transparência e a disponibilização de informações e dados abertos permitem que todos acompanhem o desenvolvimento da cidade. Comunidades online promovem a colaboração entre os moradores, estimulando a troca de ideias e a construção conjunta de soluções para os desafios urbanos.

Esses programas também estimulam a inovação e o empreendedorismo local. Ecossistemas de inovação impulsionam o desenvolvimento de startups e empresas tecnológicas, gerando empregos e promovendo o crescimento econômico. Parcerias público-privadas impulsionam a criação de soluções inovadoras para os desafios urbanos, tornando a cidade um polo de atração para investimentos e talentos.

Além disso, a implementação de programas de cidades inteligentes fortalece a governança municipal. Os gestores têm acesso a dados e análises que embasam suas decisões estratégicas. Isso resulta em uma melhoria na eficiência administrativa e nos processos de tomada de decisão, além de permitir o monitoramento e a avaliação contínua dos programas implementados.

O futuro dos municípios brasileiros que investem em programas de cidades inteligentes é promissor. Essas iniciativas estão moldando cidades mais eficientes, sustentáveis e inclusivas. À medida que avançamos nesse caminho, podemos esperar uma qualidade de vida aprimorada, um ambiente urbano mais amigável e oportunidades econômicas para todos os cidadãos. O futuro dos municípios brasileiros é brilhante, e os programas de cidades inteligentes desempenham um papel fundamental nessa transformação.

ARCA DE NOÉ, PROJETO DE CIDADE SUSTENTÁVEL


Aleksandar Joksimovic e Jelena Nikolic, arquitetos da Sérvia, se influenciaram por uma das mais famosas profecias do fim do mundo –o grande dilúvio – e resolveram projetar uma Arca moderna. Uma cidade flutuante chamada Noah’s Ark.

Ao longo dos últimos anos, o mundoesteve prestes a acabar muitas vezes. As primeiras previsões sobre o fim da existência humana datam de 389 a.C, de lá para cá tivemos inúmeras profecias, datas simbólicas que combinadas com fenômenos naturais dariam o fim à Terra. A última data para o fim do mundo foi em 21 de dezembro de 2012, segundo o calendário Maia esta seria a data que marcaria o fim. Felizmente as profecias não deram certo e se caso alguma outra surgir, já teríamos uma arca para nos refugiar!

A Noah’s Ark: Sustainable City é um projeto que recebeu a menção honrosa do Skyscraper Competition, da eVolo, uma revista de arquitetura e design focada em avanços tecnológicos, sustentabilidade e design inovador para o Século 21, em 2012. 

Trata-se de uma cidade autossustentável na água, capaz de suportar todas as espécies vivas. Humanos, animais, vegetais ou qualquer outra espécie que tenha fosse “expulsa” da Terra por desastres naturais ou civis. A arca contemporânea, em meio ao oceano, seria capaz de garantir a alimentação por meio da agricultura em terras férteis e água potável, a partir da filtragem das chuvas, além de gerar energia limpa para se auto sustentar.


A arca foi projetada para ser instalada em meio a qualquer oceano. Sua ancoragem é feita por um grande número de cabos flexíveis que proporciona a estabilidade já que liga a ilha até o fundo do oceano. Além da estabilidade a arca proporciona proteção com um muro de, aproximadamente, 64 metros que deixa a estrutura resistente às fortes tempestades ou tsunamis. Em casos de emergências de grave gravidade, os possíveis moradores contariam com um refúgio. Eles poderiam se retirar para bolhas de ar gigantes que se localizam em túneis cobertos e não vulneráveis ao clima externo, para se protegerem. O design da arca permite, ainda, que ela se ligue a outras arcas criando um grande continente artificial.


A energia que a mantém funcionando provém de fontes naturais como a energia solar, eólica e das marés. Na parte inferior da ilha artificial há grandes turbinas acopladas que permitem converter as correntes oceânicas em energia. Toda estrutura inferior do projeto é revestida por coral artificial incentivando o desenvolvimento de novos ecossistemas.


Desenvolvimento de Projetos de Carbono - Entenda um pouco mais!



A Sustainable Carbon é líder em desenvolvimento de projetos de carbono na América Latina. Possuimos 47 projetos que reduzem a emissão de gases de efeito estufa e promovem o desenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas.

O investimento de receitas provenientes dos créditos de carbono em iniciativas socioambientais representa uma forma de financiamento inovadora, que foca na preservação dos biomas brasileiros e melhorias para comunidades desprivilegiadas.

A empresa possui vasta experiência no desenvolvimento, implantação e monitoramento de projetos de carbono e também na comercialização dos créditos gerados.

Biomassa Renovável

Nossos projetos de biomassa renovável revolucionam o processo produtivo de pequenas cerâmicas por todo país, de forma a torná-lo mais limpo e ambientalmente correto. O uso de combustível fóssil ou lenha nativa, prática comum no Brasil, é substituído por biomassas renováveis, como resíduos de agricultura e de indústrias locais. Com o projeto, a cerâmica passa a produzir sem agredir o meio ambiente, mantendo florestas em pé e gerando créditos de carbono.

Projeto Eólico

Com o objetivo de incentivar energias limpas no Brasil, a Sustainable Carbon está a procura de projetos de energia eólica para gerar créditos de carbono. Portanto, se você tem interesse, entre em contato conosco. Os créditos de carbono derivados do projeto vão gerar receitas adicionais e certificar boas práticas socioambientais da empresa.

Projeto Solar

Com o objetivo de incentivar energias limpas no Brasil, a Sustainable Carbon está a procura de projetos de energia solar para gerar créditos de carbono. Portanto, se você tem interesse, entre em contato conosco. Os créditos de carbono derivados do projeto vão gerar receitas adicionais e certificar boas práticas socioambientais da empresa.

Metano Evitado

Nossos projetos de Metano Evitado por meio de Compostagem são alguns de nossos projetos mais adicionais em termos de benefícios ao ecossistema. Através da compostagem de esterco suíno, as emissões são evitadas e o dejeto é transformado em um composto orgânico que mantém o excesso de nitrogênio e fósforo fora dos fluxos de água, evitando assim a degradação da biodiversidade aquática. O processo ainda traz benefícios para a agricultura, uma vez que a utilização da água passa a ser mais eficaz nas fazendas.

Projeto Florestal

Nossos projetos florestais (REDD+) visam aumentar a competitividade de ações sustentáveis em relação ao padrão tradicional de ocupação de terra. Estes projetos promovem a sustentabilidade em seus três eixos: o econômico, através dos créditos de carbono; o social, devido a geração de benefícios para a comunidade local; e o ambiental, pela conservação, reflorestamento e adoção de técnicas mais eficientes de manejo florestal, com a consequente redução das emissões de GEE e proteção da biodiversidade.

Potencial a ser explorado na energia eólica


O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), de 2014, aponta grande potencial de usinas onshore e offshore. Foto: Alina Souza

As usinas eólicas são realidade há tempos no Rio Grande do Sul e, dadas suas características de instalação, são offshores, dentro do mar, nearshores, em lagoas, ou em terra firme, as onshores. De acordo com o Sindienergia-RS, a capacidade de abastecimento de uma usina do gênero está na base de 40 GW no mar e 10 GW em lagos. Para reduzir o impacto ambiental e nas comunidades, um grupo de trabalho integrado pelo sindicato está em contato permanente com a população de onde potencialmente pode haver usinas instaladas, bem como órgãos ambientais, como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ibama, a fim de buscar soluções conjuntas e que minimizem ao máximo os riscos.

Atualmente, 13 entidades integram o GT e há pelo menos dois grandes projetos do tipo sendo estudados no litoral gaúcho, por parte da empresa Ocean Winds, cujo memorando foi assinado com o governo gaúcho no mês passado. No trecho norte, a Marinha de Tramandaí tem potencial de gerar até 700 MW e, no Litoral Sul, o Ventos do Sul poderá gerar até 6,5 GW. A intenção é replicar no Estado as iniciativas que deram certo em outros países e, para isso, o Sindienergia-RS esteve na Europa e presenciou complexos similares que também utilizam a força dos ventos para a geração energética.

“O ideal é que consigamos atrair a indústria associada a estas usinas, porque otimizamos bastante em termos de tempo, composição financeira e no meio ambiente. Além do ganho sustentável, há um ganho de geração de energia, pois passamos a exportar energia limpa”, afirma a diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia RS, Daniela Cardeal, que integrou o fórum promovido pelo Correio.

O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e publicado em 2014, apontava que havia “um grande potencial a ser explorado”, tanto de usinas onshore quanto offshore, com 103 GW a 100 metros de altura, em locais com velocidades de vento superiores a 7 metros por segundo, equivalente a 25,2 quilômetros por hora. Estas localizações cobriam, segundo o Atlas, 39 mil km² do Estado. Já no caso das offshores, são mais de 600 quilômetros de extensão de litoral e uma zona econômica exclusiva que cobre mais de 200 mil quilômetros quadrados de área do Oceano Atlântico.

A capacidade instalável no mar gaúcho é estimada em 80 GW a 100 metros de altura, com mesma velocidade do vento. Ainda segundo o Atlas, as usinas onshore no RS têm potencial energético de produção de 382 terawatts-hora (TWh) por ano e as offshore 305 terawatts-hora (TWh) por ano no mar e 124,9 TWh nas três principais lagoas (dos Patos, Mirim e Mangueira). “Temos uma capacidade energética de produção no mar equivalente a 50 usinas hidrelétricas de Itaipu”, disse no evento o oceanólogo Henrique Ilha, chamando este modelo de “nova revolução”. A eletricidade gerada no Brasil todo em 2020 foi de 621 TWh, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2021, divulgado pelo EPE.

A versatilidade das tradicionais fontes orgânicas

 

A bioenergia também foi objeto de discussão no Fórum de Energias Renováveis. Gerada por meio de fontes como matérias orgânicas de origem vegetal ou animal, ela tem a versatilidade como uma das principais características, já que é igualmente útil na produção de combustíveis, eletricidade e calor.

Em dezembro do ano passado, o governo gaúcho assinou contrato de suprimento de biometano após estudos de viabilidade feitos pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), com a pretensão de instalar a central de tratamento integrado de resíduos em Triunfo, na região metropolitana. Em 2016, o Estado tinha capacidade de produzir 2,7 milhões de metros cúbicos (m³) por dia de biogás, 1,5 milhão de m³ por dia de biometano e gerar 2,4 gigawatts (GW) de energia elétrica a partir da biomassa agrossilvopastoril.

Os dados são do Atlas das Biomassas, estudo encomendado pela Sulgás junto à Universidade do Vale do Taquari (Univates) e concluído no ano de 2016. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o Brasil tem potencial de produção de 120 milhões de m³ diários do biogás, que poderiam suprir 40% da demanda por energia elétrica e 70% do consumo de diesel. 

A biomassa residual produzida no Rio Grande do Sul tem origem em cinco diferentes fontes, ainda conforme o documento: pecuária, especialmente dejetos de bovinos, suínos, aves, equinos e ovinos, agroindustrial, este subdividido em abate bovino, suíno, avícola e laticínios, e ainda resíduos de vinícolas, Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e aterros por meio do reúso dos resíduos sólidos urbanos. “Temos matéria-prima para utilização de biogás infinito. O Brasil produz diariamente 220 mil toneladas de resíduos domiciliares. No mínimo, 110 missão orgânicos”, disse no evento Pedro Rudimar, professor do IMED em Passo Fundo.

De acordo com a Aneel, a biomassa utilizada no Estado também provém de materiais como casca de arroz e resíduos de madeira. Os maiores índices de geração, conforme o Atlas das Biomassas, estavam na Fronteira-Oeste, detendo 16,4% do total. Na sequência, vêm o sul gaúcho, Campanha, Vale do Taquari e Serra. O potencial da biomassa está no radar de grandes empresas como a Braskem e a BSBIOS, que participaram do Fórum e expuseram suas experiências de produção.

Futuro

"O futuro é verde. O meio ambiente é a pauta". A expert em Estudos de Futuros e Neo Humanista e CEO da W Futurismo, Jaqueline Weigel, foi a palestrante de abertura do Fórum de Energias Renováveis. Segundo ela, o futuro deve instigar os líderes, nas empresas e no poder público, a pensarem a longo prazo. “Não vamos mudar o planeta em cinco anos. E é preciso saber aonde se quer chegar. Ninguém pega um avião sem saber o destino.”

Pesquisa em hidrogênio verde avança no Rio Grande do Sul

A casca de arroz e os resíduos de madeira estão entre os materiais utilizados no RS para a produção de biomassa. Foto: Alina Souza

Outra potencialmente importante é o hidrogênio verde, cuja tecnologia está em desenvolvimento, com avanços acontecendo a olhos vistos. O governo do Estado assinou em março, com as empresas Enerfin, integrante do Grupo Elecnor, e White Martins, um memorando de entendimento para aplicação de projeto relacionado ao tema no Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. O local concentra o maior distrito industrial do Rio Grande do Sul, o que por si representa ganhos em economia e especialmente na logística.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, ou seja, a sua disponibilidade é praticamente infinita. “Existe uma expectativa de que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil, o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, afirma Felipe Ostermeyer, diretor da Enerfin do Brasil. Conforme ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, necessitando ainda superar barreiras de competitividade, entre outras.

Esta fonte pode ser essencialmente útil para as empresas de fertilizantes e demais companhias ligadas ao agronegócio, que têm grande demanda. Para produzir hidrogênio verde, cujo nome se dá pela emissão de poluentes ser praticamente nula, há um processo de eletrólise da água, que é decomposta. Os elementos oxigênio e hidrogênio são separados e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível. Ele pode, em seguida, ser utilizado como insumo para indústrias petroquímicas, de bebidas e química, por exemplo.

Há interesse da Europa no desenvolvimento desta tecnologia, considerando a necessidade de substituição do gás importado da Rússia a partir do recente impacto sobre a oferta de energia no continente europeu em razão da guerra na Ucrânia, diz Ostermeyer. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, disse ainda que este combustível poderia se tornar uma “nova commodity energética”.

“Existe a oportunidade de se chegar a uma autossuficiência e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento do mercado de hidrogênio”, diz Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), que participou do fórum em Porto Alegre. As estruturas no mar podem auxiliar na produção deste combustível, e a exportação do hidrogênio verde pode ser feita por dutos ou caminhões em terra, ou através de embarcações marítimas.

No entanto, sua produção ainda requer muita energia. Atualmente, de acordo com a ABH2, a produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis requer o gasto de 1,4 dólar para cada quilo gerado. A eletrólise que gera o rótulo “verde” tem custo variável entre 5 dólares e 7 dólares por quilo. Para reduzir o custo, a biomassa está sendo vista como possibilidade para produção do combustível “a custo competitivo”, disse Valadão no Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, realizado no último mês de junho, em Foz do Iguaçu (PR).


Fontes hídricas: mais baratas aos consumidores


As fontes hídricas são as que geram a energia mais barata para os consumidores, segundo aponta o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AgPCH), Roberto Zuch. De acordo com ele, além de pioneiro na área, o RS é exportador de conhecimento e tecnologia para todo o planeta. “Elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, se posicionam próximas do centro de carga, têm pouca perda no transporte e a vida útil mais longa entre todas as fontes”, comenta o presidente da AgPCH.

A AgPCH, utilizando informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o Rio Grande do Sul tem 5.972 MW de fontes hídricas e é o terceiro estado da federação com maior potencial deste tipo de energia, se posicionando atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais. O RS tem, atualmente, 150 usinas hídricas em operação, das quais 77 são PCHs, e que geram, no total, 913 MW. “O potencial operatório apenas das PCHs no Estado é capaz de abastecer em torno de 1,8 milhão de residências”, afirma Zuch.

A instalação de uma usina do gênero requer diversos trâmites, especialmente ambientais. O caminho é longo e a demora no licenciamento preocupa permanentemente o setor. Conforme a associação, a lentidão nos processos de implantação das PCHs e CGHs gera um atraso em investimentos que superariam R$ 4 bilhões apenas no Rio Grande do Sul. “O potencial de PCHs em licenciamento atualmente na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) teria a capacidade de dobrar a potência instalada atualmente em operação no RS”, salienta o presidente da AgPCH.

A vantagem desta tecnologia, aponta ele, é que elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, além de estarem posicionadas próximas dos centros de carga, têm pouca perda no transporte e logística e vida útil mais longa entre todas as fontes. “Usinas hídricas instaladas aumentam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município onde estão situadas”, afirma Zuch. Há um círculo virtuoso relacionado a esta instalação, que gera, reforça a AgPCH, incentivo ao turismo, criação de empregos, atração de indústrias, melhoria na infraestrutura local e melhores oportunidades de negócios para toda a cadeia produtiva.

Energia para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul

Consideradas estratégicas, a situação atual e o potencial futuro das fontes renováveis estão em debate no Estado


Em 2010, o Rio Grande do Sul tinha instalado em seu território um parque de geração de energia que, contando todas as fontes, renováveis ou não, somava 6.244 megawatts (MW). Dez anos mais tarde, este número havia crescido 37,4%, para 8.583 MW, fora os sistemas de mini e microgeração energética, que totalizam 573 MW. As informações, divulgadas pelo Atlas Socioeconômico do Estado, elaborado pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), mostram que este aumento está sustentado, em grande parte, pela diversificação das fontes de energia, especialmente aquelas que podem ser naturalmente renovadas.

Conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a capacidade instalada no RS representava, também em 2020, 5% do total do Brasil. Também no Rio Grande do Sul, 52% da matriz geradora correspondia a hidreletricidade, desde usinas, pequenas centrais (PCHs) e centrais geradoras (CGHs), 23% a termelétricas movidas a combustível fóssil ou biomassa, 23% a energia eólica e 2% a energia solar. Esta diversificação, afirma o Atlas, “tem assegurado melhorias na relação entre produção, importação e consumo no Estado”. Matrizes renováveis já são responsáveis por 80% da energia do Estado, sendo aproximadamente 20% delas energia eólica, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

O Correio do Povo realizou, na quinta-feira, o Fórum de Energias Renováveis, na sede do Imed, em Porto Alegre, reunindo especialistas dos setores público e privado. Na pauta principal, a situação atual e potenciais futuros das fontes renováveis no Estado, consideradas estratégicas e cuja importância se faz verificar pelo caráter de preservação do meio ambiente. Neste momento, mais do que nunca, aspectos como o aquecimento global e as mudanças climáticas já estão claramente presentes no cotidiano da população.

Foto: Alina Souza
PorFelipe Faleiro

Universidade Federal do Ceará prova que painéis solares podem ser fabricados a partir de resíduos da castanha de caju

Testes de produção de painéis solares – (Foto: Viktor Braga/UFC)

Buscando uma maior eficiência e sustentabilidade, a Universidade Federal do Ceará comprovou que é possível fabricar painéis solares por meio da castanha de caju. Os resíduos ainda podem baratear o custo de produção

A energia solar, fonte renovável e não poluente é gerada por meio da luz e calor solar. Essa fonte de energia renovável é captada por painéis solares e, para a fabricação desse equipamento, cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFCE), estão utilizando um líquido viscoso e escuro que resta do processamento da castanha do caju, que é chamado de LCC.

Projeto da Universidade Federal do Ceará pode ser mais eficaz e tornar painéis solares baratos

Líquido da casca de castanha de caju (LCC), resíduo industrial utilizado no experimento da pesquisa (Foto: Viktor Braga/UFC)

A pesquisa feita pela Universidade Federal do Ceará mostrou a possibilidade de produzir painéis solares mais eficientes a partir do resíduo da castanha de caju, como explica Nivaldo Aguiar, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Materiais.

De acordo com o pesquisador da Universidade Federal do Ceará, esse resto do processamento da castanha de caju gera dano ao meio ambiente, tendo em vista que deixa o solo estéril, dificultando a agricultura. As indústrias, sem ter nenhum meio ou algo a fazer com os resíduos da castanha de caju, geralmente os armazenam em grandes reservatórios.

Além de dar um destino “mais limpo”, o pesquisador da Universidade Federal do Ceará afirma que a aplicação do resíduo na geração de energia solar ainda tem a capacidade de reduzir o custo de fabricação de painéis solares. Os pesquisadores da instituição atuam com o aproveitamento do resíduo da castanha de caju há cerca de três anos. Durante a próxima etapa da pesquisa, os cientistas planejam registrar a patente do sistema e também realizar testes de custo.

Ceará avançando em pesquisas inovadoras

RESÍDUO DA CASTANHA DE CAJU É USADO NA PRODUÇÃO DE PAINÉIS SOLARES
crédito: Rede Nacional de Rádio

Além da universidade federal do Ceará, que está desenvolvendo painéis solares, pesquisadores do IFCE estudam o reaproveitamento de algumas substâncias da casca da banana. Uma das missões é utilizar a casca da fruta como parte da composição de embalagens ou como substituta de produtos fabricados a partir de petróleo. Com o estudo da casca da banana, foi encontrada uma substância conhecida como lignina.

Segundo os pesquisadores, tal substância pode ser aplicada na indústria farmacêutica, de produtos e alimentícia, que usam derivados de petróleo para fabricar pesticidas, aditivos entre outros.

De acordo com os pesquisadores, é possível encontrar esta substância em outras frutas, mas a produção e plantio de banana é mais predominante na região de Iguatu, onde prosseguem os estudos, ou seja, favorecendo sua utilização na pesquisa.

Tangerina pode produzir Biogás?

O Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental do Centro Técnico Científico da PUC-Rio revelou que as cascas da famosa tangerina, que são descartadas, podem ser transformadas em biogás, podendo ser uma substituta dos combustíveis fósseis.

De acordo com o autor, Rafael Vieira de Carvalho, se os resíduos da tangerina forem tratados da forma correta, serão capazes de gerar energia limpa e adubo, podendo movimentar a economia, reduzindo os impactos e sendo um dos melhores aliados na busca de um futuro mais sustentável.

O biogás pode ser encontrado por meio de um ensaio chamado de BMP, em que as cascas são trituradas, misturadas e armazenadas em dispositivos que medem o volume do gás por cerca de 21 dias.